quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Educação. Por, Vinicius Colonese.

Neste ultimo mês, a Organização das Nações Unidas (ONU) publicou o relatório do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). O IDH é uma medida, que varia de zero a um, comparativa usada para classificar os países pelo seu grau de "desenvolvimento humano". A estatística é composta a partir de dados de expectativa de vida ao nascer, educação e PIB (PPC) per capita.

Neste ano o Brasil ganhou quatro posições em comparação ao ultimo Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH), e agora ocupa a 73º lugar no ranking. O país conseguiu alcançar a média de 0,69 e foi o que conseguiu melhor desenvolvimento dentre os demais.

Para avaliar a dimensão da educação o cálculo do IDH considera dois indicadores. O primeiro, com peso dois, é a taxa de alfabetização de pessoas com 15 anos ou mais de idade, já que na maioria dos países, uma criança já concluiu o primeiro ciclo de estudos antes dessa idade. Por isso a medição do analfabetismo se dá, tradicionalmente a partir dos 15 anos. O segundo indicador é a taxa de escolarização: somatório das pessoas, independentemente da idade, matriculadas em algum curso, seja ele fundamental, médio ou superior, dividido pelo total de pessoas entre 7 e 22 anos da localidade. Também entram na contagem os alunos supletivo, de classes de aceleração e de pós-graduação universitária.

O relatório traz um novo indicador de pobreza. Agora, ser pobre não significa apenas ter pouca renda, mas também não ter saúde e principalmente educação. Neste quesito o documento aponta que não basta matricular crianças e jovens na escola, os alunos têm que estar na série adequada para a sua idade.

Um dos principais fatores que não permitem uma posição mais digna é educação. Os números da educação demonstram o tamanho do desafio que o Brasil tem pela frente: o país perde, na maior parte dos indicadores, para outros em situação semelhante. A taxa de evasão é elevada; 24,4%. Na prática, um a cada quatro alunos abandona os estudos antes da conclusão. O índice de repetência ultrapassa os 18%. O desempenho nesses quesitos é inferior ao do Congo. A média de alunos por professor, que é de 23, é pior do que o do Tadjiquistão. O nível de matrículas no ensino superior também é baixo: 30%. Menos do apresentado na Bolivia.

Outro ponto alarmante é o tempo de escolaridade de um brasileiro. De acordo com o RDH, o Brasil precisa quase dobrar o tempo de permanência da população dentro das salas de aula. Os brasileiros estudam, em média, apenas 7 anos. O ideal, sugerido pela ONU para o nosso país, é elevar a escolaridade para 13 anos. Em termos de comparação, o Zimbábue, que é o ultimo colocado no relatório, possui os mesmo 7 anos de escolaridade. Porém o ideal sugerido para ONU é de 9 anos. Já o primeiro colocado, a Noruega, tem média de 12 anos e segundo a ONU deveria ter 17 anos.

Apesar da péssima posição os dados mostram que já houve uma evolução nos últimos anos: a população com mais de 25 anos tem, em média, 7,2 anos de estudo. Dentre os jovens com menos de 25 anos, esse índice é de 13,8 anos - sinal de que o ingresso no sistema de ensino aumentou substancialmente.

Isso mostra que o país caminha, em passos lentos, para uma melhoria na qualidade de vida de sua população. Sabendo aproveitar o bom momento econômico da nação, os governantes podem nos colocar numa posição bem melhor que a 73ª.

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