quarta-feira, 24 de novembro de 2010

ECONOMIA – GUERRA CAMBIAL. Por, Silvia Madureira.




O assunto que hoje domina as manchetes dos jornais da secção de economia, se refere a desvalorização do dólar americano e suas conseqüências para a economia mundial . Recentemente o governo americano, através do FED , Banco Central Americano, noticiou a venda de papeis do governo americano e consequentemente a injeção de 600 milhões de economia, visando dar liquidez ao mercado e incentivando a sociedade americana a consumir . Mas o que significa ação para a economia brasileira ? Nesse momento de prosperidade e crescimento econômico ?

Na sua primeira declaração, após a eleição, a presidente eleita, Dilma Rousseff, afirmou, durante entrevista coletiva, que o problema cambial no mundo não pode ser resolvido por meio de desvalorizações competitivas feitas isoladamente pelos países ( A China tem sido o destaque no cenário mundial em relação a resistência em elevar o valor da sua moeda, apesar dos fortes apelos feitos pelo governo americano ) "Na última vez que isso aconteceu, deu no que deu: houve a Segunda Guerra Mundial", disse Dilma. A reação da Presidente eleita pareceu para alguns, exagerada e alarmista, a colocação da Presidente eleita, se baseava no retrospecto do histórico, de como a guerra tarifária o protecionismo dos países atingidos deu origem a essa tragédia mundial .Importante lembrar que , a crise econômica que se abateu sobre o sistema capitalista mundial a partir de 1929, foi o fator mais poderoso para que um novo arranjo do poder em escala mundial fosse pleiteado .

A crise levou os países capitalistas a tomarem medidas protecionistas visando salvar os mercados internos das importações estrangeiras, ocorrendo uma verdadeira guerra tarifária. A produção mundial, reduziu-se em 40%, sendo que a diminuição do ferro atingiu a 60%, a do aço 58%, a do petróleo 13% e a do carvão 29%.

O desemprego grassou nos principais países industrializados: 11 milhões nos Estados Unidos, 6 milhões na Alemanha, 2 milhões e meio da Inglaterra e um número um pouco superior na França. Não está longe da verdade o fato ter provocado a aflição e o desemprego em mais de 70 milhões de pessoas (contando-se os seus dependentes). Como a economia já estava suficientemente globalizada (com exceção da URSS que se lançava nos Planos Qüinqüenais) todos os Continentes foram atingidos, aumentando ainda mais a miséria e o desemprego. A América Latina por exemplo teve que reduzir em 40% suas importações e sofreu uma queda de 17% em suas exportações.

É nesse contexto caótico que a Alemanha no Ocidente e o Japão no Oriente tentaram explorar o a fragilidade de seus rivais. É a luta por mercados e novas fontes de matérias-primas levou a segunda guerra mundial .

Temos que pensar agora, qual a direção e como será o enfrentamento desse momento pelo governo que hora se apresenta para governar, qual será a postura e como se comportará o Banco Central, terá ele autonomia para decidir sobre os juros? Manteremos o câmbio flexível ? . Caso aumente os juros para conter a inflação, como ficará a demanda interna ? E as exportações e importações ? Essas questões somente serão respondidas ao longo do ano de 2011, até lá e torcer para que a declaração da Presidente eleita seja somente uma alusão a uma questão histórica na nossa distante memória .

Nenhum comentário:

Postar um comentário