quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Economia – Bares e Restaurantes. Por, Tatiana Mota Barbosa Ferreira.






Em 2010, a expectativa é a de que o setor voltará a ampliar seus negócios nos patamares anteriores à crise. A implantação da substituição tributária, que antecipa o pagamento dos impostos, iniciada no estado paulista e seguida pelas outras unidades da Federação, ameaça a rentabilidade do setor. Os empresários estão torcendo para que o movimento pela redução das taxas dos cartões de crédito, como também dos vale-refeições caiam. Elas estão descapitalizando os estabelecimentos e provocando a alta do custo do capital de giro. Essas avaliações e observações integram a entrevista concedida por Paulo Solmucci Jr, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel Nacional) à Agência Sebrae de Notícias.

Segundo ele, no primeiro semestre deste ano, crescemos 5%, comparado com 2008. Neste segundo semestre, nosso crescimento deve atingir 8%. Nossa média, portanto, em 2009, ficará em torno de 6 a 6,5%. Antes da crise era de 7 a 8%. A Abrasel estima que em 2010 vamos voltar a crescer de forma expressiva. Hoje o setor sofre mais com as medidas internas do que com a crise mundial. A crise não impactou o setor de bares e restaurantes. Pelo contrário, a menor disposição do brasileiro para a realização de compras de maior valor, como bens duráveis, fez com que o consumidor destinasse seu dinheiro para outras coisas, entre elas, o setor alimentício.

O marco regulatório está sempre sendo mudado, achatando a demanda, como é o caso da lei seca e da lei anti-fumo. O aumento dos impostos devido à substituição tributária, que começou em São Paulo e vem silenciosamente sendo implantada em todo o País é um novo obstáculo. O setor cresceu em vendas, mas caiu em rentabilidade em torno de 60%. Não contratamos nem demitimos, durante a chamada crise. As contratações devem voltar a acontecer no próximo ano. Mas para voltar a gerar empregos, é necessário que o País seja exitoso no movimento pela redução das taxas dos cartões de crédito. É esperado que esse movimento também alcance os vale-refeições, que chegam a cobrar até 10% dos pequenos restaurantes, entre taxas administrativas, cadastro, máquinas e custo de telefonia. O custo deles compromete de 6 a 10% do faturamento das empresas. Não há marco regulatório para esse segmento e praticamente seis empresas o dominam o mercado de vale-refeições. Essa indústria movimenta R$ 11 bilhões por ano.

Conforme artigo publicado em 4/3/2009, na Comunique-se, numa aliança que a cada dia se fortalece mais, turismo e gastronomia aquecem a economia e geram postos de trabalho. “Atualmente, esse casamento representa 2,4% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, sendo quase 40% do PIB do turismo. Ainda assim, o segmento tem muito espaço para crescer. Praticamente engatinhamos no setor de turismo gastronômico em comparação com países europeus, que possuem vastos roteiros turísticos direcionados para a degustação da culinária local. Mas acredito que a tendência é que o empreendedorismo, somado à tradição e à qualificação, traga mais sucesso e prosperidade para o setor no País”, analisa o organizador do I Fórum de Gastronomia Mineira, Ralph Justino.

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