sábado, 20 de novembro de 2010

Economia. Por, Lívia Diniz Mendes.





Sempre ouvindo o Brasil ser chamado de “País do futuro”, os brasileiros se acostumaram a ouvir previsões sempre no verbo futuro. A questão é se de acordo com as expectativas o país está se esforçando para que isso realmente aconteça.

É verdade, que após um longo período conseguiu-se atingir uma democracia estável e os últimos anos tem sido favoráveis economicamente, porém resta saber se o caminho que o país vem tomando é mesmo o caminho certo.

Sob a ótica do cenário mundial, o Brasil faz parte de uma associação comercial onde 4 países com situações similares de desenvolvimento num dado período de tempo formam um grupo chamado BRIC.

Neste contexto, analisando país a país, é questionável o ritmo do desenvolvimento brasileiro. A Rússia é um país que já pode ser considerado como desenvolvido, pois possui um imenso potencial militar, bélico, energético e tecnológico capaz de fazer frente aos EUA. A China, inquestionavelmente, se já não é, irá se tornar uma enorme potência mundial. É um país diferenciado que possui grande quantidade populacional e mais de 70 % desta população atualmente não desfruta dos benefícios que a saúde econômica trouxe para o país, o que quer dizer que apenas 30% do mercado consumidor chinês foi explorado até agora. Todo esse potencial de mercado interno garante a China a independência do mercado mundial, pois seu poder de consumo é auto-suficiente. Por outro lado, possui um governo autoritário que interfere na vida do cidadão impondo limites, tem a capacidade de desonerar seus produtos já que não tem encargos trabalhistas como nos outros países, assim pode atribuir preços muito baixos aos produtos exportados.

A Índia é um país muito semelhante ao Brasil, porém tem um desenvolvimento tecnológico invejável. Aproveitou todos esses anos em que a economia mundial esteve aquecida para fazer as reformas necessárias. Investiu em educação, desonerou o trabalho e enxugou a máquina pública. Sua política de governo mais liberal permitiu que se tornasse um país vanguardista e empreendedor devido ao incentivo a iniciativa privada. Tamanho é seu potencial que acaba de fazer um acordo comercial sensacional com os EUA e está pronta para dar um salto no desenvolvimento.

Já o Brasil, é um país com um potencial imenso, porém pouco aproveitado. Não dá valor a itens básicos da população como saúde e educação, assim não produz mão-de-obra qualificada o que o torna um mero exportador de commodities e não de tecnologia que é o fator responsável por trazer desenvolvimento ao país. Durante os últimos anos saiu-se bem no cenário econômico, porém, diferente da Índia, não fez as reformas que necessitava fazer, sendo a principal delas, a previdenciária, que é responsável pelo rombo nos cofres do país principalmente por conta das aposentadorias milionárias pagas no setor público. Aliás, eis uma das mais importantes razões do atravancamento brasileiro. A divisão entre a máquina estatal e a iniciativa privada; a 1ª encontra-se inflada e tendendo a aumentar cada vez mais, graças à manutenção do seu sustento temos as mais altas taxas de juros e encargos; a 2ª encontra-se sacrificada e castigada tentando sobreviver em meio a tantos impostos cobrados.

Acontece que o brasileiro comum já nasce pensando em um dia viver à custa do Estado, seja pelo funcionalismo público, seja pela aposentadoria. Pensa que o fato do Real estar valorizado frente ao dólar quer dizer que o Brasil está por cima, quando na verdade faz parte da política americana a emissão de moeda justamente para baratear o produto dos EUA e aquecer as exportações. Além disso, a disponibilidade de moeda no Brasil que contribui para essa valorização do real trata-se de capital especulativo já que a taxa de juros está acima dos 10%. Assim o governo fica de mãos atadas pois não pode baixá-la já que geraria inflação, e deixando-a como está, prejudica as exportações, e no comparativo com os outros países o país que não exporta fica para trás.

Toda essa falta de senso crítico da população também é nociva ao desenvolvimento, assim, na minha visão, o Brasil que antes era tido como o país mais promissor do BRIC vai ficando para trás enquanto não realizar as reformas necessárias e enxugar o Estado, e não conseguirá chegar nem perto daquilo que se idealizava ser o País do futuro.



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