quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Política. Por, Tatiana Mota Barbosa Ferreira.



A crise financeira mundial é o maior problema atual, pois dela dependem projetos políticos e planos administrativos. Os prefeitos já não dispõem de tantos recursos, terão que rever projetos e promessas. E no plano federal é visível o empenho em manter vivo o seu estratégico PAC, embora a grande preocupação envolva a crise. Em nível internacional, além dos confrontos bélicos e o Oriente Médio está outra vez em primeiro plano, a expectativa se chama Barack Obama.

Durante reunião plenária da Associação Brasileira da Industria Elétrica e Eletrônica (Abinne), realizada nesta quinta-feira, o economista Cláudio Adílson Gonçalez e o cientista político Amaury de Souza, diretores da MCM Consultores, fizeram apresentações, seguidas de debates, sobre o "Atual Cenário Político e Econômico do Brasil e suas Perspectivas". Na ocasião, Claudio Adilson afirmou que a economia mundial já dá sinais de recuperação. "As perspectivas não são maravilhosas, mas já é possível enxergar uma luz no fim do túnel. O mar continua tempestuoso, mas já há um timoneiro", ressaltou. Ele foi categórico ao afirmar que a recuperação das bolsas, que começou a acontecer a partir de março do ano passado, não se trata de um ‘bear market rally', o que significaria um movimento de alta, seguido de novas quedas abruptas. "Os riscos ainda são elevados, mas houve uma sensível redução das incertezas", disse.

O economista atribuiu esta reversão às medidas empreendidas pelo governo norte-americano. "As ações da equipe de Obama se mostraram muito mais competentes em relação à gestão anterior que não conseguiu conter os claros sinais de crise que vinham acontecendo desde 2007", afirmou. Segundo ele, o governo Bush achava que a crise se tratava apenas de um problema de liquidez, quando, na verdade, era um risco de contraparte.

Para Claudio Adilson, o mesmo processo vem acontecendo na economia brasileira. "Observa-se que, mesmo a taxas modestas, a indústria vem se recuperando desde janeiro, com exceção do segmento de bens de capital", disse. Ele salientou, também, os dados do índice de confiança da FGV que apontam expectativas positivas dos empresários em relação à demanda futura. O economista afirmou que os problemas estão relacionados mais à questão das exportações e investimentos do que em relação ao poder de consumo das famílias.

Neste cenário, ele disse ver como positivo programa habitacional do governo que trará novas demandas para diversos segmentos, inclusive, do setor eletroeletrônico. "Poucas pessoas perceberam, mas este programa representa uma verdadeira revolução". Segundo ele, a iniciativa vai explodir o setor de construção civil e ganhará momentum entre 2010 e 2012.

Em relação ao quadro político nacional, que já se mobiliza para a eleição presidencial, Amaury de Souza afirmou que a disputa ainda é incerta. Durante a reunião, ele avaliou as pesquisas de opinião que mostram o panorama atual das intenções de voto. O cientista político ressaltou que a ministra Dilma Roussef vem crescendo nas pesquisas, mesmo ainda não estando garantida nas eleições. Segundo ele, isto vem acontecendo, pela indefinição de José Serra.

Apesar das incertezas sobre as candidaturas, Amaury de Souza salientou que o foco dos programas dos postulantes deverá ser a Reforma do Estado, visando incrementar a eficiência e produtividade do setor público. "Os principais candidatos estão cientes da ineficiência da máquina", disse. Ele destacou as frustrações de Dilma no comando do PAC, que tem vários projetos parados devido à burocracia, e, também, as iniciativas de Serra nos estados que governam, priorizando a eficiência do setor público.

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