quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Educação. Por, Tatiana Mota Barbosa Ferreira.




Tornar-se um professor eficiente pode ser bastante doloroso e exaustivo, exigindo anos de tentativas e erros. Não se trata apenas de aplicação de teorias, mas de construir um relacionamento com estudantes, de maneira a equilibrar a tarefa de ensinar com a escrita de textos acadêmicos e a pesquisa. A sala de aula é um teatro, onde o professor precisa desempenhar vários papéis.

Ensinar não é apenas um emprego em que se trabalha. Um professor tem por obrigação despertar seus alunos para a essência da realidade, propiciando uma rigorosa introdução a determinada disciplina e criando uma percepção de suas responsabilidades como cidadãos treinados na arte do pensamento crítico.

Ensinar, assim como escrever, é um ato de auto-apresentação, e, a cada nova classe, a necessidade de reinventar-se é vivida, até mesmo assustadoramente, presente. Apesar do desafio de ensinar, é difícil não gostar de um emprego em que você pode recomeçar sempre, anulando os fracassos do ano anterior e lançando-os pela janela como se fosse confete. É sempre possível fazer melhor na próxima vez.

Os educadores têm muito trabalho pela frente, pois é desastrosa a falta que a Educação faz na vida das pessoas. A educação é sangue que leva o conhecimento para alimentar, formar e organizar a cidadania progressiva existente em cada aluno - tão importante e necessária para a civilização.

Um novo paradigma da Educação exige atualizar e capacitar o professor para, além de transmitir o conteúdo, ser também um orientador. O educador que compreender seu aluno terá diante de si não um simples estudante, mas um professor a lhe ensinar os melhores passos e diretrizes pedagógicas para ensinar a outros alunos. É este o cerne do ensinar aprendendo, uma via de mão dupla, respeito e complementações.

Ensinar e aprender são duas faces da mesma moeda. Só podemos ensinar aquilo que já aprendemos e, além disso, aprendemos ainda mais quando ensinamos. O professor deve respeitar a diferença de seus alunos, favorecendo a criação de um ambiente escolar que realmente o prepare para o melhor desempenho em todos os níveis do comportamento humano: biológico, psicológico e social.

O aprendizado transcende a sala de aula - ele está em todo lugar. A quantidade de informações disponíveis e a velocidade com que circulam fazem com que o professor tenha o desafio de ser cada vez mais completo, sabendo lidar com essas fontes e com o aluno que, a cada dia, trilha novos caminhos e neles pode se perder.

Aprender é como comer. A aula boa é como uma gostosa refeição: do aperitivo e entrada para o prato principal e sobremesa. Além de nutritiva, tem que ser saborosa, tem que ter um cheiro atraente e um visual provocante.

É possível fazer uma analogia do ato de aprender com o de comer: existe uma fisiologia do aprendizado. O processo de digestão dos alimentos é semelhante em todos os seres humanos, já que se trata de uma função fisiológica. O aprendizado entretanto, pode ser bastante pessoal, porque depende do aparelho psicológico e por ser uma função complementar.

Fazem parte do aparelho psicológico a motivação ou a indiferença para aprender, a facilidade ou a dificuldade de compreender a informação, a capacidade de transformação da informação em conhecimento e o nível cultural e de conhecimento prévio. Comer alimenta o corpo de energia, e aprender alimenta a alma de saber.

Como uma função complementar, aprender é uma ação que envolve, no mínimo, duas pessoas que se completam: a que ensina e a que aprende. Se um dos complementares falhar, o resultado pode ser prejudicado.

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