
Elefante branco significa uma grande obra arquitetônica que jamais foi concluída, ou foi abandonada, quer seja pela negligência pública, quer pela incompetência privada. Essa expressão é perfeita para denominar aquelas grandes obras iniciadas por um governo e que, por fim, não tem a menor utilidade prática. No Rio de Janeiro, não é diferente, afinal, para que serve a grandiosa Cidade da Música??
A má gestão das obras públicas, tradicional em todo o País, é resultado do planejamento malfeito, da falta de transparência na condução dos projetos, do uso de critérios equivocados de contratação e da incapacidade de equilibrar as contas públicas. Atendendo à Lei nº 8.666 (Lei das Licitações), as autoridades utilizam a modalidade do menor preço para contratar os fornecedores de obras e serviços de engenharia. Vence quem oferecer o menor preço. Mas o argumento do baixo custo da obra é depois utilizado pelos governantes para justificar a má qualidade da construção, os seguidos aditamentos de contrato e os atrasos na entrega. E como se os atrasos na entrega não fosse suficientes, ainda ocorre, muito frequentemente, o desvio de verbas públicas para o bolso dos políticos.
As obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) também se incluem nesta categoria, a presidente eleita Dilma Rousseff terá a missão de inaugurar mais da metade (52%) das ações que integram os 143 principais empreendimentos do PAC. Isso porque ela herdará 110 etapas inacabadas do programa, que devem ser inauguradas entre 2011 e 2014.
A proximidade de grandes eventos, como a Copa do Mundo e as Olímpiadas, também trazem consigo o temor por novos elefantes brancos. Uma avaliação do Tribunal de Contas da União (TCU) aponta que pelo menos quatro, entre os 12 estádios que serão utilizados na Copa do Mundo de 2014, no Brasil, podem se tornar "elefantes brancos" após o torneio. São eles a Arena das Dunas (RN), o Estádio Verdão (MT), o Mané Garrincha (DF) e o Estádio Vivaldão (AM). De acordo com as informações divulgadas, essas obras - que juntas atingem R$ 1,94 bilhão -, terão problemas para cobrir custos de manutenção após o Mundial.
São grandes os prejuízos causados por obras inacabadas, atrasadas ou prometidas. Esses prejuízos seriam evitados se o poder público fizesse uma lista de obras prioritárias e não iniciasse novas obras enquanto as que estão em andamento não sejam concluídas.
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