Olhando somente pelo lado dos consumidores de produtos importados, poderíamos afirmar que a queda na cotação do dólar é vista com muito bons olhos, porém, é importante ter consciência de que as implicações da desvalorização da moeda são bem maiores do que imaginamos. Para se ter uma idéia, na primeira segunda-feira de outubro, a moeda norte-americana registrou o menor patamar dos últimos 13 meses e fechou em R$ 1,761.
Diante da empolgação dos consumidores, os vendedores de produtos importados e as agências de turismo comemoram a crescente nas vendas, afinal, eles repassam a queda no valor de compra dos seus produtos para o consumidor final. As agências já afirmam que o setor se recupera dos efeitos de crise e nova gripe com a venda de pacotes internacionais para este fim de ano. O otimismo é tão grande que a previsão da Associação Brasileira de Agências de Viagem (Abav) é de todos os voos lotados, do Brasil, rumo aos Estados Unidos, pelo menos até março do ano que vem.
O outro lado da moeda porém, é vivenciado pelo produtor local - exportador ou aquele que produz para o mercado interno. Eles podem ter problemas e, com isso, terão de demitir. Ou seja, esse tema afeta diretamente o emprego no Brasil. Provoca um desequilíbrio interno. Segundo a comentarista de economia do jornal O Globo, Miriam Leitão, como o país tem juros altos, o melhor lugar para deixar o dinheiro é aqui. O Brasil está virando um estacionamento de dólar. Não para ficar aqui, mas para esperar. Isso desorganiza a economia brasileira.
Além disso, a desvalorização da moeda norte-americana gera temores entre as economias emergentes, apreensivas com a possibilidade de perder mercados com o aumento da produção e exportação dos EUA.
Enfim, para nós, a grande massa de consumidores, só nos basta aproveitar esta boa maré, enquanto o governo não toma providências para contornar esta situação.
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