
Uma verdade (Lastimável) sobre a política nacional
O que leva um candidato a deputado, senador ou a governador ter gastos astronômicos (Usa do seu próprio dinheiro e o das pessoas ou empresas que os apóiam) para se eleger e ter um salário que não compensa seus gastos eleitorais?
Em primeiro lugar todas as despesas pessoais de um político são pagas pelo Estado, então seu ‘pequeno’ salário seria líquido, livre de qualquer conta doméstica e de locomoção. O salário dos parlamentares gira em torno de 26 mil reais, incluindo todos os outros benefícios. Totalizando um montante próximo de 170 mil. Mas o principal motivo seria conseguir “ganhos” compensatórios durante o seu mandato, muito superiores aos gastos de campanha. Esses futuros “ganhos” podem ser de várias formas: licitações públicas viciadas em favor de suas próprias empresas, ou empresas de parentes ou “contribuintes” da sua campanha; “destinação” de verbas públicas para entidades-fantasma, a título de doação; concessão de empréstimos subsidiados, incentivos fiscais especiais e outros subsídios para empresas “amigas”; e decisões de políticas públicas diversas que favorecem certos grupos. Esses “ganhos” ou “contribuições” podem vir antes ou depois da eleição do candidato, na forma de “adiantamentos” para serviços a serem prestados após a eleição, ou na forma de “cobranças” para tais serviços executados ao longo do mandato — ou ambos. Desde o escândalo Collor-PC Farias exemplos não tem faltado: Mensalão, Caso do Ex-Governador do DF, José Roberto Arruda, O mensalão do DEM entre outros.
Outra razão pela qual os candidatos a deputado federal estadual realizam gastos astronômicos nas suas campanhas é a natureza do sistema eleitoral brasileiro. Não há competição entre partidos, pois a maior competição sempre se dá entre “companheiros” da mesma chapa. Cada um deles luta para se eleger e jogar seus colegas de chapa na suplência. Assim, as maiores traições e deslealdades são perpetradas entre correligionários. Essa situação também resulta em partidos muito fracos, com pouca fidelidade e coesão interna além do personalismo, caciquismo, individualismo e egoísmo tão característicos do sistema político brasileiro. Cada candidato desempenha a sua campanha individualmente e os partidos (a coletividade) se tornam, na melhor das hipóteses, um veículo eleitoral, e na pior das hipóteses uma legenda de aluguel. Assim, o eleitor é induzido a votar na pessoa, e não na legenda. Ninguém veste a camisa do partido e parte para o individualismo, principalmente o individualismo nos gastos, embora a legislação determine que despesas eleitorais devam ser contraídas exclusivamente pelo partido. Daí o exercício de “faz-de-conta” que todos os partidos fazem depois do pleito. Os gastos são individuais, e também os “ganhos” têm que ser individuais.
É este o retrato da política nacional. São pessoas com estes fins e objetivos que elegemos para nos representar e defender nossos direitos e interesses. Você acha que eles são o espelho na nossa sociedade? As pessoas tem sido muito passivas em aceitar as coisas e não questionarem nada Um economista inglês chamado Arnold Tonynbee,disse algo que deveria ser refletido e guardado: “- O maior castigo para aqueles que não se interessam por política é que serão governados pelos que se interessam.” E ai qual é a sua conclusão?
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