terça-feira, 12 de abril de 2011

Cultura. Por, Adriana Ielmini.



Renascendo das Cinzas


A história da Lapa se confunde um pouco com a do samba de raiz. Embora o berço principal do samba seja a região entre a Praça Onze e o bairro do Estácio, a Lapa se tornou principalmente, na década de 50, o grande reduto do samba carioca. Após esse período de apogeu, a Lapa entrou em decadência e o samba de raiz ficou confinado a poucas regiões do Rio de Janeiro. No entanto, depois de três décadas de esquecimento, a Lapa renasceu e libertou o samba do enclausuramento. Hoje, a Lapa e o Samba vivem um período de reverência por parte dos cariocas e turistas que visitam a cidade.
Nas décadas de 20 e 30, a Lapa era um reduto de cabarés, bares e, obviamente, da malandragem carioca. Por anos, ela foi a referência da vida noturna da cidade. Depois de nascer na região da Praça Onze, o samba acabou encontrando na Lapa um lugar perfeito para prosperar. Foi na década de 50 em que ele e o bairro viveram seu apogeu. No entanto, nas décadas seguintes, ela foi largada pelo poder público e pela iniciativa privada. A Lapa acabou virando um local de prostituição, de crime e até mesmo ponto de venda de drogas. Tornou-se um lugar sujo e perigoso. O samba acabou perdendo seu palco principal e se refugiou no subúrbio carioca.
No fim da década de 90, o bairro foi tomado por uma nova geração de sambistas. A vida noturna foi renascendo aos poucos. Dezenas de bares e casas noturnas foram abertas e a população carioca e os turistas redescobriram a Lapa como uma referência cultural. Além disso, o poder público voltou a investir na região. Até mesmo projetos habitacionais foram lançados. Um processo de revitalização parecido como vivenciado pelas zonas portuárias de Barcelona e Buenos Aires. E o samba renasceu junto com a força dos antigos compositores.
Para quem viu a Lapa na década de 80 e vê ela hoje não a reconhece. De um ponto de prostituição e crime virou um pólo cultural e ajudou a resgatar o samba. Lapa e o samba tornaram-se mais do que nunca uma entidade única.

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