terça-feira, 12 de abril de 2011

Economia. Por, Adriana Ielmini.



O fantasma das donas de casa


Ano passado, a economia brasileira cresceu no mesmo ritmo da época da ditadura militar. Após passar as décadas de 80 e 90 apresentando um crescimento econômico muito acanhado, o Brasil parece estar entrando num ciclo de expansão mais acelerado. No entanto, um fantasma, que assustou o país nas décadas de 60, 70, 80 e na primeira metade da de 90, volta a assombrar a economia: a alta persistente dos preços. Embora muito longe dos patamares do período militar e do governo Sarney e Collor, a inflação está em um nível acima do tolerado pelo governo brasileiro (meta de inflação).
A guerra brasileira contra a inflação foi vencida no governo Itamar, quando foi implementado o Plano Real, e consolidado por FHC. Para acabar com alta desenfreada dos preços foi necessário eliminar a sua principal causa: a forte indexação da economia. Além disso, adotaram-se medidas restritivas, como alta de juros e controle dos gastos públicos. O reflexo disso foi que apesar da queda das taxas de inflação, a atividade econômica passou a se expandir mais lentamente.
No governo Lula, houve um redirecionamento da economia, com um foco maior no crescimento. A taxa de juros caiu e os gastos públicos aumentaram consideravelmente. O resultado disso foi a volta da expansão econômica que culminou com o forte aumento do PIB de 2010. Mas essa melhora da economia trouxe com ela o perigo da volta da inflação.
Com esse fantasma rondando a economia, a presidente Dilma teve que adotar medidas impopulares como o aumento dos juros e corte dos gastos do governo. Essas políticas são necessárias, mas contrariam, em parte, o defendido por Dilma na campanha e ela já sofre com pressões para revê-las.
Caso ela não mantenha tais medidas, sendo dura no combate à inflação, corremos o risco de termos novamente uma alta descontrolada dos preços. Se isso ocorrer todos nós sofreremos, em especial, as donas de casa que vão ao mercado todo dia.

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