segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Turismo: Ecoturismo nas Cachoeiras do Rio do Peixe. Por, Marcio Figueiredo.





Amigos, após algumas semanas ausente devido a questões profissionais retorno à produção de textos para o nosso blog. Dessa vez, venho compartilhar uma experiência com a intenção de despertar em vocês a curiosidade de conhecer o local onde se passa a estória e principalmente conhecer pessoalmente o “Seu Moacir”.

Nosso grupo passou uma semana em Bonito no Mato Grosso Sul. Era o último dia viagem e o cansaço já estava aparente em nossos rostos. Tratava-se de uma sexta feira e ao final daquele dia seguiríamos para o Pantanal Sul Mato-grossense. Acordamos por volta das 7:30h e após o café da manhã recebemos de surpresa no apartamento onde estávamos hospedados, a visita do Sr. Taica, dono da empresa de turismo que nos indicava os passeios, informando que já estávamos atrasados, pois as Cachoeiras do Rio do Peixe ficavam aproximadamente à 27 Km de distância da cidade de Bonito e a estrada era terra.

Saímos do apartamento por volta das 9:00h e rumamos em direção a estrada de terra. Chegamos à Fazenda Água Viva às 10:00h e percebemos que os grupos de turistas já tinham saído para caminhada com os guias. Então foi aí que avistamos na entrada da sede um simpático senhor de cabelos grisalhos. Ah! Somente para esclarecer: as “Cachoeiras do Rio do Peixe” ficam na Fazenda Água Viva.

Ao nos aproximarmos daquele senhor, descobriríamos que aquele dia seria muito agradável e considerado por muitos do grupo, o melhor passeio em Bonito. O senhor era o Seu Moacir, proprietário da fazenda, e já de início brincou com a gente dizendo que não iríamos fazer o passeio, pois chegamos atrasados e não tinham mais guias disponíveis. Foi então que apagou seu cigarro e disse que iria fazer uma concessão e nos levar ao grupo de turistas que já estava na trilha.

Quando entramos no caminho, verificamos que o gentil senhor falava um pouco mais do que o comum. Chegamos a acreditar que aquilo poderia atrapalhar o bom andamento do passeio. Então percebemos que aquelas palavras nos trariam agradáveis estórias ou “causos” com se diz na região, sem falar no conhecimento da diversidade do ambiente que Seu Moacir possuía. Ele nos mostrou diversos tipos de árvores, pássaros e claro, não poderiam ficar de fora, os peixes existentes nos rios da fazenda.

Durante a caminhada não dava para identificar quantos metros ou há quanto tempo estávamos andando. Em momentos a trilha apresenta “decks”, pois a região fica alagada em determinadas épocas do ano. Foram tantas cachoeiras e piscinas naturais que não dá pra lembrar ao certo quantas visitamos e nos banhamos. Pelo que entendemos o clímax do passeio naquela manhã, se daria ao chegarmos às nascentes do Rio do Peixe, sendo é necessário pular num buraco inundado entre as pedras e depois entrar na caverna onde ficam as nascentes. Alguns não pularam nesse buraco e somente dois de nós entraram na caverna. Isso porque para entrar nessa caverna é necessário passar por um buraco de um metro quadrado que fica metade fora e a outra metade em baixo d’água. Seu Moacyr demonstrou conhecer muito bem sua propriedade, além de muita simpatia durante todo o trajeto. Ele ensina como nós devemos nos comportar em cada cachoeira, piscina, passagem ou caverna da fazenda.

Como já falado, sem percebermos, Seu Moacyr nos levou de volta a sede da fazenda para almoçarmos. Outra agradável surpresa, a esposa do Seu Moacyr, comanda a cozinha fazendo comida caseira para aproximadamente oitenta pessoas. Pratos típicos, entre eles aquele tradicional churrasco bem passado servido com mandioca cozida. Após o almoço, tivemos a parte considerada por nossas esposas como inesquecível que seriam os doces também feitos pela esposa do Seu Moacir, servidos como sobremesa. Os doces eram tão bons que vimos muitas pessoas perguntando se tinha para vender. Seu Moacir nega a venda desses doces alegando que se vendesse os turistas não voltariam a sua propriedade para fazer turismo, mas sim para comprar os doces de sua esposa.

Para descansar após o almoço nada melhor que dar uma relaxada na rede. Ao lado do restaurante da sede tem um galpão aberto com inúmeras redes para atender o grupo de oitenta turistas. Nesse momento o Seu Moacyr chama suas araras e tucanos para os turistas conhecerem, isso sem falar dos macacos, micos e outros animais da natureza que o rodeiam. Os funcionários da fazenda falam sobre o apego que esses animais têm pelo proprietário da fazenda. Realmente é impressionante como ele fica rodeado desses animais e consequentemente pelos turistas. Parece que o dia acabou certo? Errado. Após alguns minutos descanso, Seu Moacyr convida todos para o passeio da tarde no outro lado da propriedade. Fomos em direção a outras cachoeiras e piscinas e dessa vez com direito a tirolesa. Nisso a tarde entra e mais uma vez esquecemos-nos da hora e da distância percorrida.

Quando voltamos à sede no final da tarde, nos esperava um delicioso lanche, acompanhado de café e frutas. Naquele momento não dá vontade de ir embora, mas sim voltar no dia seguinte. Não poderia deixar de registrar que Seu Moacyr é tio de meu Padrinho de batismo que mora no Pantanal, para onde iríamos depois desse maravilhoso dia. Isso sem comentar que só descobrimos o parentesco do Seu Moacyr quando chegamos ao Pantanal à noite.

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