sábado, 16 de outubro de 2010

Politica. Por, João Mansur.


O Caso Tiririca

A Justiça Eleitoral do Brasil mostra suas deficiências quando deixa claro que tem um precário trabalho na avaliação de conduta dos candidatos, e essa precarização do serviço eleitoral vem de dantes tempos, é comum corruptos reelegendo, é falcatrua daqui, é desvio dali, mensalão e por aí vai, tanto absurdo na política manchando a soberana democracia.


Os políticos de vanguarda e poder econômico da “Terra da Garoa” no dia 3 provaram a ira da cidadania, quando vimos o humorista Tiririca, sem recursos financeiros, um cara semi-analfabeto arrancar 1.351.313 votos para deputado Federal, deixando a Justiça Eleitoral na anti-sala do manicômio e se descabelando por causa da intempérie.


A culpa é de quem está no comando do volante da direção dos trabalhos e não rege o pleito à luz da Constituição passando em branco o Art.5 da Lei nº 4.737 de 15/07/65, agora argumentar e fazer cumprir os rigores da lei depois do acontecido é muito fácil. Por que a luz do código brasileiro não funciona como freio inibitório no ingresso a carreira política dos candidatos? O que falta aos magistrados pra se aterem e se reciclarem? A justiça eleitoral é soberana e não tem coloração partidária, por isso digo que o que aconteceu foi inapetência pura. Num assunto de natureza interna, corpore da instituição.


Outro dia vi um juiz dizer que o eleitor tem que investigar a vida dos candidatos, uma piada não? Um órgão que tem o aparato que tem, que tem acesso a tudo e a todos impor essa responsabilidade e imputar ao povo o ônus da prova? Não entendo! É preciso frear essa decadência antes do caos. (Se apregoarmos a prevenção como forma de consciência teremos menos o que fazer no final do desfecho) é assim que eu enxergo as mudanças de atitudes, e não oferecer chance ao azar e causar esse ridículo mundial.


Foi um grito uníssono da população no afã de acreditar no novo, no sentido de fazer com que algo mude, e o povo entendeu que era hora de rugir, afiar as garras e fazer do voto o tribunal da democracia, tendo assim uma mudança radical na postura eletiva.


Agora, de forma reducionista tentam impugnar e aterrorizar a candidatura do humorista, que foi eleito pela vontade e voto popular, e se ele não for rápido vão lhe arrancar sua carta de cidadania e até mesmo sua condição de ser humano, esse é o país da pseudo democracia onde a vontade do povo nunca é respeitada.


Num Brasil que já teve em 1988 até o Macaco “Tião” eleito com 400 mil votos pela cidade do Rio de Janeiro e o Rinoceronte “Cacareco” em 1958 com cerca de 100 mil votos, pela cidade de São Paulo, entendo que a eleição do humorista Tiririca foi natural e legítima e teve a chancela do seu eleitorado.


Muita gente votou no Tiririca como voto de protesto, e o anseio coletivo vira compulsão social mesmo! É aquele jargão: em dia de incêndio palha seca vira combustível e ele incendiou os eleitores no dia 03/10/10, pois o Tiririca é um ser contagiante, inocente e abestado e no futuro pode se tornar um agente transformador assim como foi o Presidente Lula em sua corrida à Esplanada. É preciso que haja uma reforma política com mudanças nas regras para a eleição, urgente.

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