sexta-feira, 17 de junho de 2011

VIOLÊNCIA. Por, Daniel Horovitz.

A violência está presente em toda a parte desde que o mundo é mundo. O interessante é que as pessoas, muitas vezes, se chocam com certos tipos de violência e aceitam outros muito mais graves e absurdos. Um caso de homicídio, por exemplo, é visto pela maioria de nossa sociedade com absurdo terror. O sujeito que pratica esse crime, na visão de muitos ignorantes deveria, inclusive, receber a pena de morte. Em contrapartida, um político que desvia a verba de um hospital – o que pode fazer com que muitíssimas pessoas venham a falecer por falta de medicamentos – é visto como um assassino ou como um monstro? Não. É visto, erroneamente, como um corrupto (que não deixa de ser objetivamente, mas, subjetivamente, é bem pior que isso).
Conta-se a história de que Picasso, depois de ter pintado o seu clássico quadro “Guernica”, foi visitado em seu estúdio em Paris por um oficial alemão que, chocado pela pintura, perguntou: “Foi você que fez isso?”, eis que Picasso respondeu: “Não. Isso foram vocês que fizeram”. Esse exemplo, ainda que simplório, é de suma importância para entender a visão errada de nosso povo acerca da violência. Obviamente é errado matar outras pessoas, entretanto, muitas vezes, a violência subjetiva causa maiores danos do que a violência objetiva.
Obviamente, não há como desassociar o papel do Estado e da mídia na visão que as pessoas têm sobre o problema da violência. Entretanto, o poder político, em lugar de ficar se preocupando unicamente em gastar milhões e milhões de reais com sua política absurda de repressão, deveria se preocupar um pouco mais em prevenir a prática de delitos em todo o território e, para isso, é necessário um estudo das causas que provocaram tal fato. Funciona como uma alergia. Não adianta em nada para o médico ficar prescrevendo diversos remédios para o paciente. O que ele faz é um estudo do caso e do organismo do mesmo para, assim, descobrir ao que ele tem alergia. Dessa forma o tratamento é específico e óbvio. Essa é a forma correta para lidar com a criminalidade e, por conseguinte, com a violência.
Compreendido isto, seria muito mais simples lidar com a questão da violência em todo o território nacional e não tenho dúvida que, em pouco tempo, os índices cairiam drasticamente. Entretanto, a política do Estado, como dito acima é estúpida e, infelizmente, só se preocupa em reprimir em lugar de prevenir.

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