Muitos acreditam que relógios automáticos são coisa do passado; alguns não sabem nem a diferença entre relógios a quartz, automático e a corda e, poucos sabem que houve um oligopólio bilionário mundial de movimentos automáticos, com cronógrafo disputado entre um grupo suiço, a ETA ou Swatch group e a empresa japonesa Seiko, que durou até 2010.
No começo de 1969, a seiko lança o primeiro relógio automatico com cronógrafo do planeta, o calibre 6139, com coluna de rodas, em plena corrida tecnologica disputada por suiços e japoneses. O lançamento japones não é reconhecido pela industria relojoeira mundial que, no mesmo ano, reconhece o movimento El Primeiro, com coluna de rodas, 36.000 bhp do consorcio suiço Zenith – Movado, como primeiro movimento automático com cronógrafo seguido do lançamento do calibre 11, do consorcio Breitling, Hamilton, e Tag Heuer and Dubois-Dpraz. A Seiko se tornou um ícone na industria relojoeira, mostrando-se capaz de fazer complexos movimentos melhores, até que a maioria de relojoeiros suiços, se estabelecendo nesta posição, até a atualidade. O consorcio Zenith – Movado vendeu dois modelos entre 1970 e 1972: o Zenith El Primeiro e o Movado Datrom. Depois de 1972, a Zenith foi vendida para a Radio Zenith Corp e parou de vender relógios, passando a vender movimentos, que foram utilizados até 1982, pelo Rolex Daytona e Ebel 1911. A partir de 1982, a Zenith volta a produzir relógios. O consorcio Breitling, Hamilton, e Tag Heuer abriram uma fábrica de movimentos chamada Valjoux que, a partir do calibre 11, foi desenvolvido o calibre 7750, o movimento automático com cronógrafo, mais popular do planeta. Anos depois, a Tag Heuer e a Breitling venderam suas quotas da Valjoux para a ETA e continuaram usando movimentos Valjoux.
A ETA se tornou o maior grupo relojoeiro suiço da atualidade: entre suas fábricas de movimentos temos a Lemania, Valjoux, ETA, Valgranes, e entre as suas marcas, desde os baratos Swatchs, até o famoso relógio de Napoleão, o Breguet e outras marcas como Omega, Tissot, Hamilton e etc. Além disso, a ETA fornecia movimentos para inúmeras outras marcas Tag Heuer, Breitling, IWC, Panerai, Baume & Mercier, Swiss Army e etc. Em 2005, a ETA sofreu uma grande investigação de entidades suiças reguladoras de mercado que não conseguiram provar a concentração de mercado esperada. Atualmente existem muitas fábricas de movimentos na Suiça: Sellita, Christofer Carter, Isa, Rhonda, Girard Perregaux, Jaeger-Lecoultre, Rolex, Audemars Piguet, Zenith, mas a diminuição do número de fabricantes de movimentos ocorreu principalmente pela concorrencia japonesa e chinesa. Em resposta à má sucedida investigação, o gestor da ETA, Nicolas Hayek anuncia, em 2006, que irá cortar o fornecimento de movimentos padronizados, os “ébauches”. O corte no fornecimento dos “ébauches” obrigou algumas marcas a produzir seus próprios movimentos, o resultado provavelmente não era o esperado por Nicolas Hayek. Em 2010, surgiram alguns movimentos automático com cronógrafo, o Breitling B01, com mais de 70 horas de carga. O Panerai lança o movimento OP X que, apesar da fraca carga de 42 horas é um movimento extremamente resistente. A Tag Heuer, tem uma solução nada criativa e lança o calibre 1887, que é a cópia do movimento Seiko 6S37 com carga de bateria de 50 horas; apesar do plágio é um excelente movimento com roda de colunas e etc; a Hublot lança o Único, imponente movimento com mais de 70 horas de carga e com função “Flyback”.
Desde a década de 50, duas fabricas de movimentos chinesas, a Shanghai Watch Co. Lt , e a Seagull, fornecem movimentos que são cópias dos movimentos Eta e Lemania. elas vão rapidamente cobrir a demanda deixada pela Eta. Também a Sellita, pequena fábrica de movimentos suiça, apresentou uma linha de clones etas no Basel de 2011. A Eta está amarrada pois as patentes desses movimento já venceram.
Tais acontecimentos provocaram uma verdadeira revolução na industria relojoeira suiça; em 2010; quarenta anos depois da corrida pelo primeiro relógio automático com cronógrafo, havendo agora duas gerações distintas, pois, 2° geração, conta com movimentos mais robustos, com carga de bateria de até 3 dias e sistema de rodas de coluna que diminui o esforço feito ao apertar os botões do cronógrafo e também diminui o desgaste das peças. Agora é possivel comprar um swatch automático com cronografo por E$ 240,00, mas, em geral, os preços subiram, mas, pelo menos, o consumidor paga mais por tecnologia de ponta,
mesmo que, muitas vezes, sem saber.
– 09180010
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