terça-feira, 8 de março de 2011

Turismo na Laje. Por Tiago Paiva.


Com paisagens exuberantes, praias paradisíacas e símbolos e ícones arquitetônicos conhecidos mundialmente, seria natural imaginar que estes lugares fossem preferência no gosto dos turistas estrangeiros ao chegar ao Rio de Janeiro. O que não era de se esperar é que eles fossem sofrer a concorrência de um novo e surpreendente concorrente: O Turismo nas favelas.

O Processo de pacificação e urbanização pelo qual tem passado as comunidades, antes tomadas pelo tráfico, tem despertado a curiosidade dos visitantes, que se sentem atraídos a conhecer a cultura, gostos e sabores destes locais ‘exóticos’. Lugares como a Rocinha, localizada entre a Gávea e São Conrado, vem conhecendo os benefícios do turismo já há algum tempo. Turistas estrangeiros, em sua maioria Europeus, sobem o morro pelo acesso que vai pela Estrada da Gávea, pagando em média R$100,00 por pessoa pelo passeio em um Jipe, para desfrutar da vista e aguçar a curiosidade de conhecer a vida daquele povo. E o que falar das feijoadas para turistas que acontecem nas lajes do Vidigal as finais de semana, tendo como cenário as praias do Leblon, Ipanema e um lindo por-do- sol?

Algumas favelas como o Morro Santa Marta, Chapéu mangueira, Vidigal, Cantagalo e Pavão-Pavãozinho estão localizadas em pontos estratégicos, em plena área nobre da cidade, e usam agora do seu bom posicionamento para desenvolverem novas formas de gerar lucro e receita para seus moradores, enxergando assim no turismo a possibilidade mais certa e viável.

Melhorias feitas a partir das obras do PAC, tais como o teleférico no alemão e a implantação de UPP’s aguçam a curiosidade das pessoas em conhecer estas comunidades hoje livres’ do crime e das drogas. Estrangeiros lotam o novo elevador do Cantagalo que tem vista panorâmica sobre Ipanema para ver o pôr-do-sol na cidade. Outros querem conhecer a laje do morro Dona Marta, onde Michael Jackson gravou um de seus clipes. Esta foi a primeira favela a ser pacificada. Hoje é chamada por alguns de ‘La Boca’ do Rio de Janeiro (alusão ao Bairro de Buenos Aires cheio de casinhas coloridas).

Com os projetos que vem sendo implantados nas comunidades e com a sua ampliação para outras regiões, ganham os moradores destes locais, ganham os moradores do asfalto que ganham uma cidade mais segura e bonita e ganham os turistas que recebem mais uma opção de laser. Que com a receita gerada pelos turistas nesses locais antes degradados e esquecidos, possam fazer com que essas comunidades passem a pertencer ao mapa desta cidade e que seus moradores não sejam, mas conhecidos apenas como flagelados, mas como pessoas que disseminam uma imagem positiva, a cultura, a beleza e alegria do Rio de Janeiro no Brasil e no mundo.

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