quinta-feira, 31 de março de 2011

Clima Tempo. Por Hamilton Wilson.


Um péssimo inquilino


O homem vem sendo, há algumas décadas, acusado de ser o principal causador das mudanças climáticas que nosso planeta vem sofrendo. Pelo menos, assim o enfatizam importantes formadores de opinião: pública e científica, como o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e diversas ONG’s, que lutam pela proteção do meio ambiente, como a WWF.

Mas será esta uma verdade absoluta? Será que o homem é o único responsável pela degradação do meio ambiente? Para uma resposta precisa seria necessário, que conhecêssemos todas as variáveis que influenciam essas mudanças, ja que analises pontuais podem levar a conclusões precipitadas e a soluções não adequadas.

O que acompanhamos quase que diariamente nos jornais e revistas, são discussões acaloradas a respeito de um ou outro fator isolado, que influencia o complexo sistema ambiental do nosso planeta. A bola da vez é o aquecimento global ocasionado pelo efeito estufa, que tomou o lugar das discussões sobre a diminuição da camada de ozônio, tão em voga nas décadas de 1980/90.

Se nos dispuséssemos a pesquisar um pouco a respeito desses problemas pontuais, nos depararíamos com informações adicionais importantes e contraditórias às teorias mais divulgadas pela mídia. Por exemplo:

- Redução da Camada de Ozônio

O que se divulga na mídia:

A camada de ozônio serve como uma película protetora, filtrando os raios ultravioleta de luz solar, nocivos a qualquer tipo de vida. Cientistas identificaram como um dos agentes desta destruição o CFC, composto formado por: carbono, cloro e flúor, usado em aerossóis e gases para refrigeração. O cloro contido na molécula de CFC atinge a camada de ozônio após cinco anos de sua liberação e cada átomo de cloro tem a capacidade de destruir cerca de 100.000 moléculas de ozônio.

O que não merece a mesma cobertura:

Em 1990 a produção de CFC foi de 1,1 milhões de toneladas, contendo 750 mil toneladas de cloro. Estimativas indicam que desse total somente 1% atinge a camada de ozônio, destruindo-a. Por outro lado, os oceanos são responsáveis pela liberação de cerca de 600 milhões de toneladas por ano, resultado da evaporação da água. Estima-se ainda que o cloro liberado por vulcões ativos, na forma HCl (ácido clorídrico), é da ordem de 200 à 250 milhões de toneladas anuais. As erupções vulcânicas podem lançar, de uma só vez, alguns milhões de toneladas de cloro, com o agravante de fazê-lo na estratosfera, ou seja, diretamente na camada de ozônio.

- Aquecimento Global, o Efeito Estufa

O que se divulga na mídia:

Os vilões neste caso são as emissões de CO2 (dióxido de carbono), resultado da queima de combustíveis fósseis. Estimativas indicam que 40% dessas emissões são provenientes de usinas térmicas que queimam: carvão, gás natural ou óleo diesel. 36% é resultado da utilização de motores a combustão interna, seja em: carros, caminhões, ônibus, trens, aviões navios, etc. Os restantes 24% tem sua origem em fatores diversos.

De acordo com os cientistas, o CO2 liberado na atmosfera forma uma camada que funciona como um armazenador de calor gerando o efeito estufa. Ou seja, a radiação solar, em condições normais, seria em parte refletida por nossa atmosfera, outra absorvida e depois liberada pelo planeta e o restante simplesmente atravessaria nossa atmosfera. Porém, partículas e gases estranhos à atmosfera, particularmente o CO2, tem a propriedade de absorver o calor liberando-o em todas as direções, inclusive para a superfície da Terra.

Uma comparação grosseira seria a de dois carros parados ao sol, um com as janelas abertas e outro com elas fechadas. O resultado seria um aumento de temperatura interna maior no segundo veículo, similar ao de uma estufa. Esse fenômeno seria responsável pelo incremento das temperaturas médias nas últimas décadas.

O que não merece a mesma cobertura:

Existem estudiosos e cientistas que não concordam com a tese de que o CO2 produzido pelo homem seria responsável pelo efeito estufa, em função desta quantidade ínfima quando comparada as liberações naturais dos oceanos, solo e vegetação. Segundo eles nossa atmosfera recebe 200 bilhões de toneladas de carbono por ano, sendo que o homem é responsável por apenas seis.

Na questão do aumento da temperatura media, alguns meteorologistas dizem que as médias utilizadas tem como base períodos muito curtos e recentes, sendo normalmente associadas a grandes centros urbanos. Em pequenas cidades que quase não cresceram nos últimos 2 séculos, em muitos casos seus registros mostram casos de uma diminuição da temperatura média anual.

Não tomo o partido nem defendo qualquer um dos lados. Tenho convicção que ambos estão defendendo fervorosamente suas ideias, visando algum tipo de retorno financeiro, seja para financiar suas pesquisas ou ações (no caso das ONG’s). Acho ingenuo acreditar que grandes corporações da área do: petróleo, petroquímica, mineração, automobilística, dentre outras diretamente afetadas, não financiem estudos cujo objetivo é o de minimizar o impacto das suas indústrias na degradação do meio ambiente. Recentemente, pesquisadores do INPP (Painel Intergovernamental da Mudança do Clima), ogão acreditado pela ONU, foram acusados de manipularem dados, para comprovar estudos do incremento da temperatura mundial.

Aqui vai a pergunta de um milhão de dólares: em quem acreditar então? Resposta: não sei. Afora os idealistas e ativistas, não vejo um envolvimento da população na questão ambiental do nosso planeta como um todo. Claro que existem as exceções, ou melhor, dizendo, as unanimidades. Quem é contra o fim da matança das baleias (exceto os japonese), a redução do desmatamento ou que se proteja o mico-leão-dourado e o panda da extinção?

Mesmo que os estudos apontando os problemas do efeito estufa, redução da camada de ozônio, aquecimento dos mares e outros do gênero estivessem errados, não nos da o direito de continuar agredir o meio ambiente da forma com que estamos. Devemos contribuir com o que estiver ao nosso alcance e exigir discussões sérias e aprofundadas, abordando o meio ambiente como um sistema integrado, que resultem em estratégias para o futuro. Nunca é tarde para lembrar que a natureza tem um péssimo hábito, sabiamente descrito por Albert Einstein na frase: “Quando agredida, a natureza não se defende apenas se vinga.”

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