domingo, 25 de abril de 2010

Anna Claudia Ramos


Matéria com a escritora Anna Claudia Ramos




O Brasil é um país de educação muito precária ainda, apesar de boas instituições de ensino, a grande maioria deixa a desejar e talvez não seja suficiente para formar um cidadão, com ideais e desejos. Vivemos em um mundo controlado pela mídia, onde a televisão deixou de ser um instrumento com intuito educativo e simplesmente de lazer, para um instrumento de manipulação da massa, com cada vez coisas mais propagandas e coisas fúteis com o simples intuito de ganhar dinheiro e não de passar uma boa mensagem a quem esta assistindo. No meio disso tudo esquecemos da mais antiga das mídias e que deve sempre estar presente no nosso dia a dia, a leitura, a palavra escrita. Essa sim tem o poder de nos levar para outro mundo e nos fazer sonho alem do imaginário, essa sim seja talvez a melhor forma de nos trazer alegrias, e idéias, e quando lemos uma bela estória, imaginamos e planejamos como será a nossa, em todas as aventuras que ainda iremos percorrer.
Conversei com a escritora Anna Claudia, que e também presidente da AEI-LIJ( Associação de escritores e ilustradores de literatura infantil e juvenil).
E para ela a leitura e a melhor forma de formarmos bons cidadãos e pessoas cultas, mas para isso a leitura tem de ser introduzida cedo em nossas vidas, ainda quando criança, na escola. Veja no nosso bate papo alguma das idéias da escritora.


Anna Claudia Ramos é carioca, tem dois filhos, é escritora e ilustradora de livros para crianças e jovens e sobre teoria em LIJ. Formada em Literatura pela PUC/ RJ e mestra em Ciência da Literatura pela UFRJ, viaja pelo Brasil afora dando palestras e oficinas sobre sua experiência com leitura e como escritora e especialista em LIJ.
Anna já foi coordenadora de sala de leitura escolar e professora de literatura infantil e juvenil (LIJ) por muitos anos. Desde 1989 trabalha com oficinas de LIJ e criação literária. Atualmente divide seu tempo entre seu trabalho autoral; viajando para ministras oficinas, cursos e palestras; atuando como presidente da Associação de Escritores e Ilustradores de Literatura Infantil e Juvenil (AEI-LIJ – www.aeilij.org.br) desde 2007; fazendo a curadoria e a mediação do programa Leitura em Debate: a Literatura Infantil e Juvenil, da Fundação Biblioteca Nacional, desde 2008, e atuando em sua empresa de consultoria editorial Atelier Vila das ArtesEm 2005, foi homenageada com a Biblioteca Escolar Anna Claudia Ramos, pela Escola Municipal Prof. Sylvio de Castro Galindo, em Angra dos Reis-RJ. Em 2009, foi homenageada com a Sala de Leitura Anna Claudia Ramos, pelo CIEP Tancredo Neves, no Rio de Janeiro.

Entrevista

Quando você começou a escrever?
R: Comecei a escrever profissionalmente em 1992, quer dizer, este foi o ano em que lancei meu primeiro livro, mas a escrita sempre fez parte de mim, desde pequena.

Por que fazer livros para crianças e jovens?
R: Porque desde sempre tive uma empatia muito grande por crianças. Fiz curso de formação de professores e dei aulas para educação infantil. Mas sempre me senti à vontade com as crianças. Diziam que eu “tinha jeito” pra conversar com crianças. Nunca deixei morrer a criança que existe em mim. Brinquei e inventei muito quando menina. Escrever para crianças e jovens foi a possibilidade que encontrei de poder continuar brincando. De poder continuar inventando novas possibilidades para a vida.

De onde você tira as idéias para fazer um livro?
R: Sempre tiro de dentro de mim. As histórias estão dentro dos escritores precisam sair de lá pra serem compartilhadas com os leitores. Mas o bacana mesmo é tentar entender o mistério que ronda o processo criativo de cada autor. Como e por que aparece uma determinada idéia. Uma coisa legal de pensar como que as idéias entram nas pessoas. E penso que seja pelo nosso olhar para o mundo que nos cerca.

Como você acha que a literatura infantil e juvenil deveria ser trabalhada nas escolas?
R: Com respeito e sem medo dos livros. Com o olhar das diferenças, da intertextualidade. Para se formar leitores é preciso oferecer bons livros e ter um mediador que ame muito literatura para cativar aqueles que ainda não são leitores. Os alunos que já gostam de ler, vão ler sempre, independente do professor e da escola. As escolas deveriam estar preocupadas em formar leitores críticos, pensantes e não apenas em ensinar literatura. Deveriam estar mais ligadas na literatura como arte. Literatura é arte, é vida. E merece ser discutida enquanto tal. Experimente oferecer livros para crianças e jovens e deixe que eles escolham o que querem ler. Peça que façam críticas sobre os livros, mas críticas bacanas e não apenas “gostei ou não gostei do livro”, isso não vale! Forme cirandas de leituras nas salas de aula. Promova debates inteligentes e veja o que acontece. Garanto que o resultado vale a pena. E não espere que todos os alunos amem ler, mas se uma parte da turma começar a ler, maravilha!

O que é mais importante no processo de formação de um leitor?
R: A liberdade em vários sentidos. Poder ler livros variados, sem censuras bobas, sem “pedagogês”, sem ser politicamente correto, um bom mediador de leitura, o contato com bons livros, boas bibliotecas, com pessoas que gostem de leitura de verdade. Outro ponto: poder discutir suas idéias e a pluralidade de leituras de um mesmo livro, ao invés de ter que responder aquilo que o professor deseja, ou imagina, que seja a resposta correta.

Todo mundo diz que leitura é muito importante. Muitas campanhas estão sendo feitas por todos os cantos. Você acha que é isso mesmo? Por que ler é tão importante assim?
R: Porque a boa literatura abre horizontes. Através da leitura posso conhecer lugares e povos que talvez nunca possa conhecer pessoalmente. Posso viajar no tempo, conhecer o passado, imaginar o futuro. Brincar de ser qualquer coisa, qualquer personagem. Chorar, rir, ter companhia, dividir dores e alegrias, mesmo que secretas.


Dizem por aí que escrever livro para criança é mais fácil, você concorda?
R: Fácil? Quem diz isso é porque não entende nada de criança. Fácil em quê? Muito pelo contrário, é muito mais difícil estabelecer um contrato de comunicação entre um adulto e uma criança do que entre dois adultos. Para esclarecer cito aqui Ieda de Oliveira: “O autor de literatura infantil tem como leitor uma criança com um universo menor que o seu, com limitações de léxico, de sintaxe e de visão de mundo, e isso faz com que ele necessite produzir seu texto dentro de uma linha de desafio enorme. O contrato que rege a relação adulto-criança é diferente do que subjaz à relação entre dois adultos. A margem de manobra para a produção de um texto para crianças é muito menor que a de um texto produzido para adultos. São outras as regras de produção com imensos desafios. Chamar o diferente de inferior é no mínimo uma leviandade”. Pense nisso e depois poderemos continuar a conversa (risos).

Que conselho você daria para quem quer se aventurar na arte da escrita?
R: Leia, leia, leia, leia. Leia sempre, muito. Leia a diversidade: de temas, de autores, de editoras. Todo escritor antes de ser escritor foi um leitor, viajou por outras terras e conheceu outras gentes através das histórias. Mas tenha paciência para saber fazer um texto amadurecer.

Foto:Divulgação



MATERIA SOBRE “CHICO XAVIER”

O Espiritismo se baseia na crença de que as almas desencarnadas podem manter contato com o mundo dos vivos, transmitindo ensinamentos úteis ao aprimoramento moral e espiritual da humanidade. Para se comunicar com os vivos, os espíritos desencarnados utilizam-se do médium, que "empresta" seu corpo ou sua voz para esta finalidade. Na verdade, as tentativas de se estabelecer contato com os mortos remontam aos primórdios da civilização humana, mas foi somente na segunda metade do século 19 que o Espiritismo se estruturou como uma doutrina. O grande responsável pela codificação dessa crença foi Allan Kardec, autor de Livre des Esprits (O Livro dos Espíritos), lançado em 1853.
No Brasil o maior médium e seguidor da doutrina espírita foi Chico Xavier.


No último dia 2 de abril, dia em que Chico completaria 100 anos de idade, estreou nos cinemas o filme “Chico Xavier”, contando a história do médium. Apesar dos bons comentários e bons públicos nas salas de cinema pouca gente realmente sabe sobre a doutrina espírita, apesar de muitos acreditarem em espírito. Por isso conversei com a escritora Flavia Cortes, que estuda e segue a doutrina espírita desde bem pequena e passou seus conhecimentos para suas filhas, que também são espíritas.

Com o filme sobre Chico agora nos cinemas, a doutrina espírita se fortalece? Ganhará mais seguidores?
Acho que sim. Pelo menos dará mais credibilidade ao espiritismo, pois muita gente confunde as religiões e acha que todas que falam sobre vida após a morte é espírita.

Como você vê o espiritismo aqui no Brasil?
Apesar de ter nascido na França no século XIX, aqui no Brasil é aonde ele é mais forte e com mais pessoas ligadas.

O que a doutrina espírita quer realmente nos ensinar?
“Conheças a verdade e ela vos libertará”. Estudo do Evangelho, e esclarecimento, e também a caridade.

O espiritismo vai contra outras religiões?
O espiritismo não é uma religião, é uma doutrina, pois não tem dogmas ou rituais. E não vai contra nenhuma religião, pelo contrario, ele ensina o Evangelho de Jesus Cristo, porém de uma forma mais esclarecedora.

Como a doutrina espírita vê Deus?
Inteligência suprema e causa primaria de todas as coisas. Deus é um só, e o mesmo para todas religiões, apesar de em algumas receber um nome diferente.

Todos nós temos alguma missão aqui na Terra?
Sim, a Terra é um planeta de provas expiações, nenhum de nós está aqui por acaso. Todos reencarnamos com o princípio de passar por provas.

O que é a mediunidade?
Todas pessoas tem em mediunidade em algum grau, pois ela é a capacidade da pessoa encarnada de perceber alguma coisa do mundo espiritual. Mas em alguma pessoas ela se manifesta mais.
Por: Elias Ramos Campêlo

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